Um galpão enorme. Do lado de fora
era possível ouvir a música alegre. Ao entrarem Lajcsi arregalou os olhos ao
ver toda aquela animação. Do lado direito, um balcão onde eram servidas as
bebidas e petiscos, no fundo do salão um pequeno palco onde estavam os músicos.
O baile estava animado, Kornél já estava de olho em uma garota e Lajcsi um
pouco bêbado dançava com todas que apareciam. Um contrabaixista, dois
violinistas e um celista animavam e aqueciam aquela noite fria. Kornél pediu
uma música para os artistas em homenagem ao amigo. Quando a música começou,
apareceu em sua frente uma mulher que deixou Lajcsi petrificado. Morena, com
cabelos longos negros como a noite e olhos verdes, com um corpo quase perfeito,
não fosse uma queimadura em seu braço esquerdo que deixara marcas na infância e
que procurava ocultar sob aquele lindo vestido, longo e vermelho com detalhes
em amarelo e strass. Filha de ciganos, ela mantinha as tradições de seus pais.
-
Boa noite! Adoro esta música, gostaria de dançá-la comigo? - Com uma voz suave
e firme ela o cumprimentou.
-
Será uma honra para mim, dançar esta música com você, não imaginava que
freqüentava este lugar, Irén. – e os olhos de Lajcsi brilharam.
-
Eu também me divirto, ou você acha que fico somente trabalhando?
Os
dois dançavam com tamanho sincronismo como um par de dançarinos profissionais.
Não desgrudavam os olhares, desligados do mundo, nem reparavam os outros casais
na pista e nem seu amigo aplaudindo ao lado. Eles Dançaram o resto da noite. Antes
de se despedirem ela o convidou a tomar uma cerveja.